Muitas pessoas relacionam a incontinência urinária como um processo normal do envelhecimento, porém perder urina não é normal em nenhuma idade.
Como a urina fica armazenada na nossa bexiga?
A bexiga é um órgão elástico que tem como função armazenar urina. Ela fica localizada no abdômen inferior. A urina é produzida pelos rins e transportada para a bexiga pelo ureteres, tubos que saem dos rins.
A bexiga humana pode armazenar de 300 a 700mL de urina , dependendo da idade e sexo da pessoa.
Quando sentimos desejo de urinar, a bexiga se contrai e eliminamos a urina por um ducto chamado uretra.
A uretra é um órgão conectado à bexiga e que possui um esfíncter ( estrutura muscular que abre e fecha a uretra controlando a saída de urina). Para a urina sair, esse esfíncter fica relaxado, assim como a musculatura do assoalho pélvico.
Quando não estamos nessa situação de desejo de urinar, ou seja de esvaziamento da bexiga, o músculo vesical ( músculo detrusor) fica relaxado e o esfíncter uretral fica contraído , não permitindo que a urina transportada para bexiga pelos ureteres saia direto pela uretra sem o nosso desejo.
No entanto, nas pessoas que apresentam incontinência urinária existem falhas nesse sistema de armazenamento, podendo ser ele uma fraqueza na musculatura do assoalho pélvico ou defeito no esfíncter da uretra (como nos casos de incontinência urinária de esforço) ou na inervação do músculo da bexiga ( como nos casos de incontinência de urgência).
O que é incontinência urinária?
Incontinência urinária é a perda involuntária de urina pela uretra .
Quais os tipos de incontinência urinária
Temos alguns tipos de incontinência urinária:
- incontinência urinária de esforço: é a perda de urina mediante a alguma esforço, como tossir, espirrar, dar risada, correr, pular, durante a relação sexual a depender da gravidade.
- incontinência urinária de urgência: quando sente-se um desejo de urinar de forte intensidade que faz a pessoa procurar o toalete e perde-se urina antes de chegar ao banheiro
- incontinência urinária mista: quando se apresenta perda de urina aos esforços e perda de urina de urgência.
A Dra Fernanda Caruso Fortunato Freire é ginecologista, uroginecologista. Formou-se na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP onde também fez residência médica de Ginecologia e Obstetrícia.
De 2012 a 2013 aprimorou-se no atendimento de Uroginecologia na mesma Universidade. Apresenta,além disso, experiência no acompanhamento e prescrição de hormônios para afirmação de gênero.
Tem experiência no acompanhamento e tratamento de doenças como incontinência urinária, bexiga hiperativa, infecção urinária de repetição, síndrome da bexiga dolorosa, além de outras disfunções miccionais.
Além disso, também trabalha com a realização de cirurgias uroginecológicas, como correção de prolapsos genitais, correção de incontinência urinária, perineoplastia, dentre outros procedimentos cirúrgicos.
Quem pode ter incontinência urinária?
A incontinência urinária pode atingir pessoas de todas as idades e sexo, porém é mais comum no sexo feminino, devido particularidades anatômicas e ,principalmente, na fase de transição menopausal e pós menopausa.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 72% das mulheres do mundo apresentam incontinência urinária e em mulheres idosas esse número chega a ser 50%, mas crianças, gestantes e atletas também podem apresentar sintomas.
Quais são os fatores de risco para ter incontinência urinária?
- número de gestações
- número de partos.
- se a mulher teve parto fórceps,
- secura da mucosa vaginal (muito comum na pós – menopausa)
- obesidade
- tabagismo
- prolapso genital ( queda das paredes vaginais e/ou útero)
- Bexiga neurogênica devido a doenças neurológicas ( Doença de Parkinson, Alzheimer, tumores, acidentes vasculares cerebrais) e lesões na medula.
- Diabetes
- constipação intestinal
- tosse crônica ( por exemplo, nos casos de doença obstrutiva crônica, DPOC)
- esportes de alto impacto, como cross fit , maratona.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito, principalmente, com uma boa conversa com a ginecologista, detalhando os sintomas, e exame físico. É importante sempre descartar infecção de urina, pois incontinência urinária pode ser um sintoma atípico desta doença.
Podemos lançar mão de algumas ferramentas como diário miccional ( relatório no qual a paciente detalha data, hora, número de micções durante um período de 3 a 5 dias) e utilizar o estudo urodinâmico como exame subsidiário.
Tratamento da incontinência urinária
O tratamento deve ser individualizado de acordo com as expectativas da paciente e seus hábitos de vida.
O tipo de tratamento da perda de urina depende do tipo de incontinência urinária: se de esforço, de urgência ou mista.
As principais formas de tratamento são:
- Comportamentais:
- Mudanças de hábitos de vida, como cessar tabagismo, perda de peso, prática adequada de atividade física
- Mudanças em hábitos alimentares, como reduzir consumo de cafeína, de alimentos e bebidas ácidas, de comidas apimentadas, com corante.]
- Diminuição da ingesta de líquidos antes de dormir, nos casos de perda de urina após se deitar.
- Clínicas:
- Fisioterapia pélvica e perineal ( fisioterapia focada em fortalecer e ajudar na consciência corporal da musculatura do assoalho pélvico) com técnicas de biofeedback, eletroestimulação.
- Tratamento da atrofia (secura) da mucosa vaginal (sintoma muito comum em pessoas na transição para menopausa e menopausa) , com cremes vaginais com ou sem hormônios e/ou terapias de energia, como laser de CO2
- Uso de medicações via oral: anticolinérgicos e beta 2- adrenérgicos que agem nos receptores da bexiga, interferindo na sua sensibilidade nos casos de incontinência de urgência, evitando contrações involuntárias do músculo da bexiga.
- Cirurgia: colocação de faixa sintética em região de uretra média (sling) para tratamento de incontinência urinária de esforço.
- Uso de toxina botulínica na bexiga, nos casos de incontinência de urgência
- Neuromoduladores: é um dispositivo que é colocado abaixo da pele, cujos eletrodos são implantados na raiz dos nervos e que tem a função de controlar o músculo da bexiga e do assoalho pélvico.
A incontinência urinária é uma doença com grande impacto na qualidade de vida, interferindo na vida social e profissional das mulheres, chegando até ao isolamento social.
O importante é que tem como melhorar! Existem diversas modalidades de tratamento para a incontinência urinária a depender do tipo, intensidade e queixas da paciente.
Tudo começa com uma consulta com a ginecologista ou a uroginecologista, que é uma profissional especializada para tratar dessa doença.
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A Dra Fernanda Caruso Fortunato Freire é ginecologista, uroginecologista. Formou-se na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP onde também fez residência médica de Ginecologia e Obstetrícia.
De 2012 a 2013 aprimorou-se no atendimento de Uroginecologia na mesma Universidade. Apresenta,além disso, experiência no acompanhamento e prescrição de hormônios para afirmação de gênero.
Tem experiência no acompanhamento e tratamento de doenças como incontinência urinária, bexiga hiperativa, infecção urinária de repetição, síndrome da bexiga dolorosa, além de outras disfunções miccionais.
Além disso, também trabalha com a realização de cirurgias uroginecológicas, como correção de prolapsos genitais, correção de incontinência urinária, perineoplastia, dentre outros procedimentos cirúrgicos.